Sai o ar condicionado que estava ligado no máximo.
Ele ia dentro de uma carrinha ao encontro de um jogo
de futebol. Mas que jogo será este, pensava eu. Só via deserto ao mesmo tempo que o conta Km desembrulhava números mais rápido do que a máquina registadora de uma qualquer gasolineira, da mesma estrada, onde o litro de combustível são 20 cêntimos de euro.
A carrinha pára e olhamos todos uns para os outros, os primeiros a sair serão os primeiros a serem iluminados por uma radiosa luz com quase 50ºC.
No interior da estação de serviço ele repara que a água tem o preço mais alto do que o combustível, fica meditabundo.
Olho para o exterior e vejo tudo a dançar. As formas são distorcidas e ondulantes, será uma miragem ou o efeito visual do calor?
Enfim, vou beber um café e o combustível, aliás, a água.
O motorista abre a carrinha, os não nativos começam a entrar e ele ouve o seu produtor a dizer:
“Alguém tem uma mão livre para me ajudar?”
Prontamente, com a sua capa de lamber botas bem ajustada na língua diz: “Eu tenho, eu tenho.”
E o produtor responde:
“Então aperta-me aqui o nabo senão te importas, ah, ah, ah, ah.”
Risota geral, a capa cai-lhe da língua e derrete ao tocar o solo, ele também se ri bastante, enquanto que o produtor se aproxima, coloca-lhe a mão por cima do ombro e diz:
“Oh rapaz, sabes o que é um veado no Brasil?”
O rapaz:
“Um gay”
A mão do produtor sempre no ombro do rapaz e responde:
“sim é, e os veados no Brasil são os únicos que deixam ter uma mão no seu ombro, ah, ah, ah, ah."
A risota que ainda continuava foi potenciada e todos perderam rugas, até um pepino que estava dentro de uma sandes.
Chegaram à cidade onde ia ser o jogo, estavam no meio do nada, onde o meio era um oásis.
Já no estádio e sentados no banco de suplentes, analisavam as condições. Chega um sujeito, que se apresenta dizendo ser o presidente do clube e que as cadeiras onde estávamos sentados custaram 1 milhão de dolars. Todos se levantam e os olhares ficam perdidos, o sujeito replica com as mãos levantadas e muito expressivo:
“Seat please, no problem, please.”
E todos se sentam novamente.
Ele segue e já por mim traduzido:
“Vieram de Itália não faz uma semana, são feitas apenas por encomenda e especificamente para futebol.”
A cadeira era extremamente confortável mas depois desta informação ainda mais confortável ficou.”
A tarde passou, antes do jogo a policia rezou, ele sempre que possível no banco sentou e na carrinha já de regresso fechou os olhos e na namorada pensou.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 Únicos comentários disponíveis::
Muito bom miúdo ;)
Tales from Dubai.
Essa do Nabo e do Veado está brutal.
A tua disponibilidade e humildade deram em risota geral. Brutal.
Não deve ser muito positivo sermos "gozados" por um brasileiro mas... que tem piada tem!
Grande abraço
obrigado, o brasileiro é
de outro mundo. Quem está
ao pé dele não faz outra coisa senão rir.
Enviar um comentário