quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A crise é Grande

Nos últimos dias o nosso sossego tem sido invadido pelo histerismo provocado por cinco letras alinhadas da seguinte forma: C R I S E

Que tem esta palavra de tão assustador para nós portugueses? Que temem, estimados 9.999.999 concidadãos. Esta sempre foi vista como uma palavra bonita que forma frases bonitas e positivas. Sempre nos apoiámos nela. Quando tirávamos um 2 a Matemática: "Qual é a crise? No próximo período recupero, pai." Quando a menina bonita insistia em pedir-nos um 3 a jogar ao bate-pé, pensávamos: "Não há crise! Amanhã saco-lhe um linguado." Quando o preservativo rebentava e a namorada olhava para nós assustada, perguntávamos: "Há crise?"
A crise sempre nos deu ânimo e coragem para enfrentar o insucesso de ontem. A crise faz-nos andar de cabeça erguida hoje. A crise, porventura, aumentará a taxa de natalidade amanhã.

Estão a tornar a palavra num mártir para atingir um simples propósito: desviar a atenção do povo para as graves consequências da crise que anunciam.

Será a crise grave?

Grave é a boca da Manuela Moura Guedes, a tendência do Paulo Pedroso, a marreca do Venceslau Fernandes, a marreca da Vanessa Fernandes, a voz do João Malheiro, a voz do Nuno Guerreiro, o cabelo do Paulo Bento, o cabelo da Fátima Felgueiras, os fãs do Marco Paulo cujos filhos são fãs do Tony Carreira, as mamas da "entertainer" dos netos dos fãs de Marco Paulo cujos filhos são fãs do Tony Carreira, as mamas da Rosa Mota, o programa da Teresa Guilherme, o jornal "O Crime", a oposição, a soltura do Pinto da Costa, o abrupto blogue do Pacheco Pereira, o novo spot da Snickers, os amantes de Wrestling com mais de 15 anos, o PNR, o português do Jorge Jesus, o idioma do Manuel Machado, o Toy vestido com uma camisa da marca CR7, e muitos mais quilómetros de gravidades. Passando por aquele quilómetro onde o Castelo-Branco pede um broche à mulher no momento em que lhe muda a fralda.

A crise não é grave. A crise é Grande!

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