Isto de escrever em blogues revela, em parte, uma frágil condição do sujeito. Não é? Acho que sim. Inventaram isto porquê? Porque há mercado, certo? E que mercado melhor do que a necessidade do ser em comunicar. Em querer ir mais longe, sentado. Algo que outros seres, que pisam a mesma terra em campos diferentes, até poderão, por acaso, ler um dia mais tarde. É para chamar atenção de alguma coisa? De alguém em concreto? Só pode! Mas do quê? De quem?
Há coisas que não se explicam. Por exemplo, agora estou aqui feito parvo e não tenho puto de ideia sobre o que escrever. Por isso mesmo digo: há coisas que não se explicam. Não, não era isto! Entrei a soar mal! Há coisas que não se entendem! Era isto que queria dizer: há coisas que não se entendem. E também já li o que vai para trás. Admito que está a revelar-se numa bela merda de ideia esta de tentar escrever de cabeça vazia.
Mas tenho de revelar, escrevendo ainda mais, que está a tornar-se numa experiência libertina. Estou em modo de evacuação mental. Uma autentica purga que, julgo eu, me permitirá absorver novos conceitos de forma rápida. Vou escrevendo numa perspectiva de forçar qualquer coisa para provar - ou refutar - a minha teoria de que não se deve forçar nada a não ser quando estamos sentados na sanita e atrasados para o trabalho. E isso, tal como isto, poderá ser prejudicial ao canal anal.
Mas o que faço quando quero escrever? Parte tudo de uma ideia. Mas e depois? Vou tentar descobrir-me. Acho que é mais ou menos isto:
Imaginem a ideia. Agora imaginem o resultado. A ideia vê o resultado ao longe. Mas não se conhecem, certo? Ou seja, têm de se casar para a ideia resultar. Tenho uma ideia adolescente e quero que fornique com um resultado mais maduro o mais rapidamente possível. Mas antes do casamento? Porquê? Isso seria um incesto a todo o processo criativo. Exactamente, acho que é esse mesmo incesto que faz com que a virgem ideia dê em resultado. Porquê? Porque nada melhor do que uma queca em tenra idade para nos dar experiência, um pouco de confiança e descaramento. E é essa relação incestuosa que porventura dará origem a um filho bastardo: o desenvolvimento! Por fim, já temos uma ideia mais madura e satisfeita, e um desenvolvimento, sedento de leite materno, em crescimento. O resultado acaba por ficar feliz e propõe finalmente a ideia em casamento. Já no altar, levanta-lhe o véu e todos vêem a ideia beijar o resultado com o desenvolvimento nos seus braços. E serão felizes para sempre...
É isto que acontece quando escrevo.
Mas hoje, em consequência do vazamento mental a que me propus, apresentei uma menina ideia estéril a um senhor resultado. Conclusão: a ideia fodeu-se e o resultado ficou a masturbar-se.
Agora é aquela parte em que peço desculpa por ter feito perder o vosso tempo a ler uma ideia que resultou numa... punheta.
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
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