Certa Citação diz:
"Falhar não é cair,
falhar é não se levantar"
Uma outra diz:
"Em mares calmos
não se fazem bons marinheiros"
A minha:
"Cai e levanta-te mas aproveita
também o tempinho que estás deitado,
pois assim e aleijado o que vez é acossado,
mas privilegiado e porra estás deitado,
melhor que sentado ou todo borrado"
sábado, 28 de março de 2009
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
À vista de quem não observa
No sopé de uma montanha, uma grande rocha tornava bem simples esta história. A montanha e a rocha. Apenas. A montanha tapava o brilho do sol e, por horas, a rocha esfriava. O sol. Aquecia e arrefecia a rocha. A história continuava a ser simples. A rocha, a montanha e o sol. Na vanguarda da rocha, um manto verde. Árvores. Ao contrário da rocha e da montanha, as árvores mexiam-se. Não eram diferentes; faziam parte da mesma história. Não interessava que fosse o vento a mover as árvores e a terra que se movia perante o sol. Tudo se movia. E a história continuava a ser simples. A rocha, a montanha, o sol, as árvores e o vento. Por vezes, o céu cobria-se de nuvens movidas pelo vento e tapavam o sol. A chuva molhava a rocha, a montanha e as árvores. Mas isso não complicava a história. Tornava-a cada vez mais simples... à vista de quem não observa.
Certo dia um simples rapaz sentou-se na rocha, observou o que o rodeava e começou a pensar.
As nuvens taparam o sol. A chuva começou a cair. O rapaz molhou-se e deixou-se ficar. Pensava. O vento levou as nuvens. O sol voltou. O rapaz secou-se e deixou-se ficar. Pensava.
Ao anoitecer o rapaz levantou-se e foi para casa. Adoeceu. Explicou à mãe o que realmente aconteceu. A mãe não entendeu e levou-o a um médico. A mãe contou ao médico o que o rapaz lhe tinha contado. O médico não entendeu e aconselhou-a a levar o filho a um outro médico...
A história deixou de ser simples no dia em que o simples rapaz se sentou numa rocha.
A história complicou-se.
Certo dia um simples rapaz sentou-se na rocha, observou o que o rodeava e começou a pensar.
As nuvens taparam o sol. A chuva começou a cair. O rapaz molhou-se e deixou-se ficar. Pensava. O vento levou as nuvens. O sol voltou. O rapaz secou-se e deixou-se ficar. Pensava.
Ao anoitecer o rapaz levantou-se e foi para casa. Adoeceu. Explicou à mãe o que realmente aconteceu. A mãe não entendeu e levou-o a um médico. A mãe contou ao médico o que o rapaz lhe tinha contado. O médico não entendeu e aconselhou-a a levar o filho a um outro médico...
A história deixou de ser simples no dia em que o simples rapaz se sentou numa rocha.
A história complicou-se.
sábado, 17 de janeiro de 2009
domingo, 11 de janeiro de 2009
Mete Chapa
O céu estava limpo e a lua comparecida pelas mais belas estrelas, brilhava cheia. Lâmpadas Philips incandescentes de 60 watts e com as mais variadas cores iluminavam o enorme recinto da feira ambulante que encorpava o vale milenar situado entre duas montanhas vizinhas mas não amigas.
Os sorrisos das crianças vibravam e contagiavam os mais esmorecidos, as filas para as diversões serpenteavam-se em movimento constante, com todos a ansiarem ver e sentir tudo o que a todo o momento se desenrolava na proximidade. Ora era um palhaço com a maquilhagem toda borrada, muito bêbado e com a barba enxurrada de algodão doce a atirar-se à menina das farturas, ou o empregado da barraquinha do tiro ao alvo a desviar-se dos tiros da pressão de ar disparada por um tio com Alzheimer. O flirt intenso e desgarrado na tenda de máquinas de jogo, o gordo de alças que vomita pendurado de cabeça virada para baixo no carrossel do Panda de Lamego. Porém, o acontecimento da noite, como sempre encontrava-se nos carrinhos de choque, onde o dono com a sua camisa encardida e com apenas o botão de baixo abotoado gritava de pulmões bem abertos, tal e qual um cigano na feira:
- AS MENINAS NÃO PAGAM
- AS MENINAS NÃO PAGAM
A sua melhor cassete estava dentro de um leitor walkman que estava ligado a um amplificador. De micro na mão também ligado ao amplificador e deste para dezenas de colunas, descia o volume da música e voltava a gritar de goela bem aberta:
- AS MENINAS NÃO PAGAM
Quando raparigas se aproximavam para andar nos carrinhos faiscantes o nosso protagonista disparava para o micro:
- AS MENINAS NÃO PAGAM
MAS TAMBÉM NÃO ANDAM
Os sorrisos das crianças vibravam e contagiavam os mais esmorecidos, as filas para as diversões serpenteavam-se em movimento constante, com todos a ansiarem ver e sentir tudo o que a todo o momento se desenrolava na proximidade. Ora era um palhaço com a maquilhagem toda borrada, muito bêbado e com a barba enxurrada de algodão doce a atirar-se à menina das farturas, ou o empregado da barraquinha do tiro ao alvo a desviar-se dos tiros da pressão de ar disparada por um tio com Alzheimer. O flirt intenso e desgarrado na tenda de máquinas de jogo, o gordo de alças que vomita pendurado de cabeça virada para baixo no carrossel do Panda de Lamego. Porém, o acontecimento da noite, como sempre encontrava-se nos carrinhos de choque, onde o dono com a sua camisa encardida e com apenas o botão de baixo abotoado gritava de pulmões bem abertos, tal e qual um cigano na feira:
- AS MENINAS NÃO PAGAM
- AS MENINAS NÃO PAGAM
A sua melhor cassete estava dentro de um leitor walkman que estava ligado a um amplificador. De micro na mão também ligado ao amplificador e deste para dezenas de colunas, descia o volume da música e voltava a gritar de goela bem aberta:
- AS MENINAS NÃO PAGAM
Quando raparigas se aproximavam para andar nos carrinhos faiscantes o nosso protagonista disparava para o micro:
- AS MENINAS NÃO PAGAM
MAS TAMBÉM NÃO ANDAM
domingo, 21 de dezembro de 2008
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Lost in translation
Numa visita a uma oficina onde eram concebidos tamancos de madeira - calçado característico do país e que é, incrivelmente, um excelente isolador térmico - o artesão, de vestimenta rural, começa a explicar todo o processo.
Parecia uma conferencia de imprensa daquelas apresentações de um jogador de futebol, tantos eram os flashs. (Este aparte parece um pouco despropositado mas não é, pois toda a gente sabe que a palavra flash está associada a um único povo...)
O simpatico artesão explicou tudo num inglês perfeito, num francês perfeito e em mandarim - ou cantonês -, para mim, mais do que perfeito! E foi nesta altura que se ouviu um "bruaaa" no atelier. Quando o rosado holandês começa a explicar o método naquela lingua, a maior parte dos braços presentes fizeram descer as cameras e mostrar a cara dos sujeitos pela primeira vez. Eram pequenos chineses! A surpresa deles foi grande e lá começaram a acenar positivamente a cabeça a cada palavra do artesão, como quem diz: "sim, sim, é assim que se diz, sim, sim, boa, boa, ahhh, fixe, sim (agora imaginem chineses a fazer isto com movimentos chineses.)
E este acontecimento, naquele mesmo instante, fez transportar o rapaz portugues para uma situação paralela:
Era uma vez uma fábrica de calçado em Sta Maria da Feira. O operário de farda azul violeta, alto e com um tique de cabelo, explica a uma cambada de turistas, ao ritmo de flashs, como se fazem sapatos em Portugal. Finaliza após 2 minutos de conversa com uma mão na anca:
- "Está percebido?"
Dois jovens portugueses dizem que sim, oito ocidentais mostram cara de surpresa e os flashs continuam a disparar...
Parecia uma conferencia de imprensa daquelas apresentações de um jogador de futebol, tantos eram os flashs. (Este aparte parece um pouco despropositado mas não é, pois toda a gente sabe que a palavra flash está associada a um único povo...)
O simpatico artesão explicou tudo num inglês perfeito, num francês perfeito e em mandarim - ou cantonês -, para mim, mais do que perfeito! E foi nesta altura que se ouviu um "bruaaa" no atelier. Quando o rosado holandês começa a explicar o método naquela lingua, a maior parte dos braços presentes fizeram descer as cameras e mostrar a cara dos sujeitos pela primeira vez. Eram pequenos chineses! A surpresa deles foi grande e lá começaram a acenar positivamente a cabeça a cada palavra do artesão, como quem diz: "sim, sim, é assim que se diz, sim, sim, boa, boa, ahhh, fixe, sim (agora imaginem chineses a fazer isto com movimentos chineses.)
E este acontecimento, naquele mesmo instante, fez transportar o rapaz portugues para uma situação paralela:
Era uma vez uma fábrica de calçado em Sta Maria da Feira. O operário de farda azul violeta, alto e com um tique de cabelo, explica a uma cambada de turistas, ao ritmo de flashs, como se fazem sapatos em Portugal. Finaliza após 2 minutos de conversa com uma mão na anca:
- "Está percebido?"
Dois jovens portugueses dizem que sim, oito ocidentais mostram cara de surpresa e os flashs continuam a disparar...
O casal francês
Amesterdão, 9:30 da manhã
O casal português sobe as escadas do autocarro. Cumprimentam a guia.
Olham para as entranhas da viatura procurando um lugar para se acomodarem, acenam simpaticamente para os restantes turistas e sentam-se.
Pouco tempo depois, o motorista põe em andamento 10 chineses, 5 singapureanos, 2 americanos, 2 mexicanas e 2 portugueses. E um casal francês.
A guia pega no microfone e pergunta se todos percebem inglês. Todos percebem. O casal francês diz que não.
A guia começa então o trabalho dela - guiar os turistas pela historia do país - em inglês.
A guia repete então o trabalho dela - guiar o casal francês pela historia do país - em francês.
O casal francês começa então o trabalho deles - serem franceses - e começam a dormir um para cada lado!
A guia continuou o trabalho dela em inglês. E em francês.
O casal francês continuou a dormir.
Os outros continuaram a fazer o papel de turistas e houve um que contou a história mais tarde, no mesmo dia em que leu um artigo sobre "chauvinismo"...
O casal português sobe as escadas do autocarro. Cumprimentam a guia.
Olham para as entranhas da viatura procurando um lugar para se acomodarem, acenam simpaticamente para os restantes turistas e sentam-se.
Pouco tempo depois, o motorista põe em andamento 10 chineses, 5 singapureanos, 2 americanos, 2 mexicanas e 2 portugueses. E um casal francês.
A guia pega no microfone e pergunta se todos percebem inglês. Todos percebem. O casal francês diz que não.
A guia começa então o trabalho dela - guiar os turistas pela historia do país - em inglês.
A guia repete então o trabalho dela - guiar o casal francês pela historia do país - em francês.
O casal francês começa então o trabalho deles - serem franceses - e começam a dormir um para cada lado!
A guia continuou o trabalho dela em inglês. E em francês.
O casal francês continuou a dormir.
Os outros continuaram a fazer o papel de turistas e houve um que contou a história mais tarde, no mesmo dia em que leu um artigo sobre "chauvinismo"...
sábado, 13 de dezembro de 2008
Mais ou menos um
Existem 100 milhões de blogs e este é mais um
mas não é mais um qualquer, é um bem me quer.
Bem me quer pois mal não quer e se muitos são
muito bons, este não é mau de todo.
Enfim, Unico Nome de Blog Disponível e ainda
bem que não havia outro,
senão já não era o mesmo.
mas não é mais um qualquer, é um bem me quer.
Bem me quer pois mal não quer e se muitos são
muito bons, este não é mau de todo.
Enfim, Unico Nome de Blog Disponível e ainda
bem que não havia outro,
senão já não era o mesmo.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Banho
É possível um gajo gostar de tomar banho e detestar sentir-se molhado?
É pois! E a "Lisboa Gás" agradece...
É pois! E a "Lisboa Gás" agradece...
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